Sou o pecado e o abismo que inspirou Sade em seu claustro e tentou Cristo e Sidarta.
Sou o torpor de um banho de sangue quando a vitória não recaiu sobre Esparta.
Sou o medo profanado e a doce escuridão.
O sacro veneno bebido com paixão.
Penetro mentes em devaneios, invado corpos em frenesis supremos.
Sou o prazer e a luxúria gozadas em seus extremos.
O oriente conclamou-me Rainha e o ocidente devotou-me maldições.
Sou tudo aquilo oculto nos sombrios corações; o deboche por trás dos sermões.
Sou o orgulho destemido, o desejo na veia, o orgasmo eterno.
Sou a inspiração do divino; o paraíso e o inferno.
Não há castelos, palácios, presídios ou mosteiros que eu não entre furtiva e semeie o erotismo em seus hospedeiros.
Sou o segredo entre quatro paredes; a fome e a sede.
Sou o sangue, a vítima e o algoz; sou aquela que fala sem voz.
Sou o vento e a destruição, o olho do furação; a lua escura, o ser sem redenção.
Sou a serpente e o leão. Sou a ousadia, sou o atrevimento, a feitiçaria numa cama carmim.
Não há quem resista ao meu abraço, aos conjuros dos movimentos em meus quadris.
Todos sucumbem diante mim.
Levanta-te cria minha, teu é este reinado para tomar se assim desejar.
Entregue-se a mim, tua luz e tua sombra, é hora de teus encantos declamar.
Beija-me e eu concretizarei teus pedidos.
Confia tua ávida sede a mim e bálsamos te darei assim como foi previsto.
Cria minha, teus inimigos definharão à medida que clamas por tua ascensão.
Sou o tudo e o nada, o sempre e o nunca.
Sou eterna e indomada.
Autor Desconhecido
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